Sobre o NEPCampo
O NÚCLEO DE EXTENSÃO E PESQUISA EM EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO CAMPO, da Universidade Federal de Goiás, Regional Catalão, congrega as ações de extensão e pesquisa sobre a Educação do Campo e Desenvolvimento Econômico, Social e Cultural do Campo a partir da Região Sudeste de Goiás.
A implantação do curso de Licenciatura em Educação Campo, Habilitação em Ciências da Natureza – ProCampo - na UFG Regional Catalão no segundo semestre de 2013 trouxe para este espaço acadêmico novos atores e indagações diversas aos profissionais deste departamento, das diversas áreas do conhecimento, sobretudo aqueles envolvidos diretamente no curso. A temática do campo, embora não seja recente na Regional Catalão, é algo novo no Departamento de Educação. Nesse cenário, emerge a necessidade de um núcleo que congregue todas as iniciativas ligadas ao Procampo e aos temas relacionados ao curso, contemplados nas três linhas de pesquisa previstas no NEPCampo. Os pesquisadores ligados ao Núcleo desenvolverão ações de ensino, pesquisa e extensão, de forma interdisciplinar, buscando problematizar questões contemporâneas da educação e do desenvolvimento territorial.
Sabemos que novos atores vêm questionando a cultura escolar dominante nas últimas décadas, dentre eles os povos do campo, fazendo emergir respostas vindas dos movimentos sociais, que se tornam políticas de estado, como as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação do Campo, e de governo, como os programas de formação de professores pautados nos princípios da educação do campo. Embora as respostas políticas tenham vindo na dinâmica dos questionamentos, muito ainda há para se conhecer sobre essa área do conhecimento, sobre a realidade do campo brasileiro e sobre os sujeitos, nativos e moradores, dos territórios rurais. Neste sentido, o Núcleo e as ações a ele ligadas, têm por finalidade estimular o fortalecimento da temática do desenvolvimento, da educação do campo e da valorização dos povos do campo da região do Sudeste Goiano, buscando fomentar o diálogo dentro da universidade sobre as temáticas da educação do campo, do desenvolvimento e da sustentabilidade, mas também derrubar os muros desta instituição para que os sujeitos do campo, historicamente excluídos da educação e, sobretudo, do ensino superior, possam adentrar a universidade pública e com ela construir diálogos para a superação das desigualdades que historicamente vitimam os povos do campo. Enfim, o grupo justifica-se, sobretudo, na necessidade urgente de ações das instituições de ensino superior que extrapolem seus próprios muros e que se abram ao diálogo com os grupos intitulados por alguns como “minorias”.
Partimos da premissa que hoje não é mais possível falar em rural, no singular, mas em ruralidades. Neste sentido, acreditamos que é necessário conhecermos esse rural do qual falamos e de onde se originam nossos estudantes e entendermos quem são esses sujeitos: assentados? Acampados? Agricultores familiares? Trabalhadores do agronegócio? Pequenos proprietários rurais? Donas de casa? Ativistas e militantes de movimentos sociais do campo? Enfim, se estamos falando de ruralidades, também estamos de falando de povos do campo, de culturas do campo, de modos de produção diferenciadas no campo, por isso acreditamos na importância de conhecer esse contexto porque somente assim podemos desenvolver práticas educativas efetivas e pensar metodologias que dialogam com as especificidades dos nossos alunos. Nessa perspectiva, nosso entendimento da categoria rural não se limita à oposição ao urbano, até porque tratar o rural em oposição ao urbano e tomá-lo na singularidade pode mascarar dicotomias dentro do próprio território rural. Ou seja, não há um rural, um campo, o que existem são campos, são ruralidades, haja vista que o rural do agronegócio não é o mesmo do agricultor familiar; o rural das secas não é o mesmo rural das águas; o rural dos homens não é o mesmo rural das mulheres; o rural da infância não é o mesmo rural dos jovens e dos adultos, etc.
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Núcleo de Extensão e Pesquisa em Educação e Desenvolvimento do Campo | 284 Kb | facb6d5073614debef0c2419d0a86b89 |